Óleos

 
 

Dança rebelde - 1965
Óleo sobre tela - 89 x 146cm

Exposição na Saint Martin's Gallery
Londres, maio 1965
 
 

Trecho extraído do catálogo escrito por Mario Barata

Nas palavras de Merleau Ponty “na pintura não há que se falar do espaço ou da luz, mas sim permitir que o espaço e a luz falem por si próprios”, o que Noêmia Guerra faz com uma totalmente rara autenticidade na pintura contemporânea brasileira.

 

Trecho extraído da crítica de Cottie Burland em “Arts Review”, Londres, 29 de maio de 1965.

O mais variado uso das cores na obra de Noêmia Guerra , combina-se com o mais ativo movimento. Ela tem a habilidade de sugerir o movimento da tela em direção ao espectador. Alguns de seus trabalhos fazem-me lembrar da montanha e da floresta, talvez de seu Brasil natal, o qual não se esmaeceu em razão de sua residência em Paris, aonde todos os trabalhos expostos foram pintados.


 

Dança da palha roxa - 1966
Óleo sobre tela -146 x 178cm

Exposição na Galerie Jacques Massol
Paris, abril 1966
 

 


Trecho do catálogo por G.S.Whittet

Após vinte anos consagrados a ver e rever exposições internacionais para a revista londrina “Studio International”, a qual eu dirigi até bem pouco tempo, penso que o mérito de uma pintura não deve ser atribuído à habilidade ou a uma regurgitação de bom gosto da história da arte do século XX. É preciso ver além, como um grafólogo, para ler nos quadros a personalidade do pintor. Pois a arte é, mais do que nunca, o autógrafo de uma personalidade.

A medida em que a ciência avança, a arte recua. A capitulação às calculadores eletrônicas e à abstração óptica é uma abdicação dos direitos divinos do artista. Felizmente, ainda há pintores que confiam na bússola de seu próprio magnetismo. Noêmia Guerra está entre eles. De suas telas se irradia uma luminosidade que é Pintura, essa substancia preciosa que sofreu tantos flagelos provenientes de invenções impróprias.

Enquanto poeta, sinto que em suas paisagens e danças, Noêmia Guerra abraça a vida com uma felicidade corajosa, felicidade da qual poucos de nós nos permitimos gozar. Enquanto crítico, tenho certeza de que sua mensagem é passível de ser lida sem precisar ser “decodificada”, sendo uma pintura em estado puro e de significação universal.


 
Tijuca - 1966
Óleo sobre tela
81 x 65cm

Exposição na
Alwin Gallery
Londres, julho 1966
 
 
 

Por do sol no parque - 1966   Óleo sobre tela - 130 x 195cm

Exposição na
Alwin Gallery     Londres, julho 1966

Trecho extraído de UMA CRÔNICA CRÍTICA SOBRE A PINTURA DE NOÊMIA GUERRA
George S. Whittet - 1987
 
Em passeio a Floresta da Tijuta, no Rio, enquanto sentia-me imerso na atmosfera verde da floresta tropical, veio a minha memória o quadro de Noêmia intitulado “Tijuca”, com as cores da floresta; era exatamente isso! Um ambiente verde escuro constituindo o fundo, contrastes ocres avermelhados da terra, o ritmo das subidas e descidas da colina, sugeridos no quadro por meio de modulações de verdes claros como raios de sol passando através das folhas e galhos. Subitamente, aparece, por entre os rochedos sombrios, um brilho argênteo; era uma cascata refletindo o azul do céu.
 

 

O Souk "Mercado árabe Bazar" - 1968
Óleo sobre tela
146 x 90cm

Exposição na
Alwin Gallery
Londres, junho 1968

 
 
 
 
 

Penhascos no Algarve - 1968 Óleo sobre tela - 89 x 146cm

Exposição na Alwin Gallery - Londres, junho 1968

 
Trecho extraído da crítica escrita por Max Wykes-Joyce, publicada no “International Herald Tribune”,
Londres, 11 de junho de 1968 (Exposição na Alwin Gallery, Londres, 1968)

O ponto de interesse desta exibição está mormente relacionado ao Algarve português e aos vestígios de Petra e Baalbeck no Oriente Médio. Ambas áreas são altamente coloridas.Noêmia Guerra capturou com exatidão o fulgor dessas terras ásperas e ensolaradas.
 

 

Mercado de Salvador - 1969 - 200x300cm
Políptico em cinco faces, cada uma com 200x60cm

Exposição na Alwin Gallery - Londres, novembro 1969

 

 

Trecho extraído do catálogo escrito por G. S. Whittet

As últimas telas de Noêmia Guerra são fecundadas pelo retorno ao Brasil em breve visita feita pela artista no último ano. Ela viajou para a Bahia, cuja capital Salvador é rica no esplendor barroco arquitetônico dos séculos XVII e XVIII.

Mas Noêmia Guerra não esta interessada em relíquias históricas; seu espírito foi estimulado pelo povo, formado quase totalmente por mulatos, animando seu efervescente ambiente. O grande politípico “O Mercado de Salvador”, é executado em um extraordinário brilhantismo de cor e movimento. Cada uma das cinco sessões representa um quadro completo a ser apreciado por si só ou como parte da vasta composição. Arte é o instinto da raça-humana de dar uma forma mágica ao sentimento.

 
Trecho extraído da crítica de Richard Walker, publicada em “Arts Review”, Londres, 25 de outubro de 1969
 
Nestas paisagens e marinhas de seu Brasil natal, Noêmia Guerra expressa, desde sua exposição na Alwin Gallery no último ano, mais extensos aspectos de sua habilidade criativa. Sua obra presente tem incluído um ritmo, uma força, e uma confiança, as quais vão além das interpretações impressionistas instantâneas e prévias do tema em questão, para penetrar na imutável realidade subliminar. Isto, o resultado da contínua jornada da artista em sua própria psique, concede ao seu trabalho nova penetração.
 

Mercado de Peixes - 1969 - 200x300cm
Políptico em cinco faces, cada uma com 200x60cm

Exposição na Alwin Gallery - Londres, novembro 1969


 

 
Trecho extraído de "UMA CRÔNICA CRÍTICA SOBRE A PINTURA DE NOÊMIA GUERRA"
George S. Whittet - 1987
 
Escrevi no “Le Monde”, “Noêmia Guerra voltou à Bahia (Brasil), em 1968. Salvador, a capital desse estado, possui esplendida arquitetura barroca dos séculos XVII e XVIII, mas a imaginação de Noêmia era mais estimulada pelo povo que animava o ambiente esmagado pelo sol; o “Mercado de Peixes” de Salvador apresenta grande singularidade, sendo uma obra pintada com extraordinária audácia de cores e de movimentos. Cada um dos cinco painéis é um quadro completo, que pode ser admirado como tal separadamente, mas que, ainda assim, faz parte de uma composição pictórica. Para mim, “os tons” provocam uma exaltação, quando criam um espaço e fazem aparecer “um inesperado”.

 

Dançarinas de Aluja - 1969  
Óleo sobre tela - 200 x 300cm

Exposição na Galerie Jacques Massol
Paris,
novembro 1969

 
 
 
 

Céu de tempestade sobre Amaralina - 1969
Óleo sobre tela - 97 x 195cm

Exposição na Galerie Jacques Massol
Paris,
novembro 1969

 
 

“Pintura fresca” Les Lettres Françaises nº 1312 de 10 de dezembro de 1969, por Henri Adam.

Noêmia Guerra, artista brasileira, consagra sua exposição na Galeria Jacques Massol às danças e paisagens do norte de seu país. Suas telas, de uma bela luminosidade, são ricamente aveludadas. Encontramos luz e tintas quentes em “Janela sobre o Pelourinho”. Sua “Praia de Itapoá” e a tela “Céu de tempestade sobre Amaralina” trazem calma justamente por serem frenéticas. Suas “Danças de Aluja” e “Danças de Changô” são torrenciais. Cores explosivas e um certo mistério marcam essas telas.

 

Trecho do “Journal des Arts” de L´Aurore – por Monique Dittière em 10 de dezembro de 1969.

...A Dança de Aluja contrasta com sua tela “Céu de tempestade sobre Amaralina”; uma é toda violência e dinamismo, a outra joga com a sobriedade da cenário.

Um belo temperamento tem essa brasileira.


 

Abaeté - 1969
Óleo sobre tela
 

Exposição na Galerie Jacques Massol
Paris,
novembro 1969

 
Trecho extraído de crítica escrita por Mario Barata   publicada no Jornal do Commercio
 
Em Paris, a artista palmilhou simultâneamente dois tipos de realização figurativa: o das praias de Itapoã, Amaralina, Lagoa do Abaeté, em amplas soluções, com esforços substanciais e grandes horizontes de cor, num ocre claro harmonizando-se com verdes bem pessoais...Sempre os roxos e verdes que fascinam a artista e constituíam a sua gama pessoal até agora. Ela coexiste com a serenidade cromática e compositiva de suas grandes paisagens, nas quais a pintora atinge o clímax de sua realização pictórica até hoje – para meu gosto – sem desfazer de suas outras concepções.
 

Encostas Rochosas no Algarve - 1969
Óleo sobre tela - 120 x 154cm

Exposição na Alwin Gallery
Londres, fevereiro 1973
 

 

Trecho extraído da crítica de Richard Walker, publicada em “Arts Review”, Londres, 10 de fevereiro de 1973.

Ígneas, vermelhas e douradas rochas, como se minério derretido tivesse surgido cintilante em sua superfície, dunas em forma de taça, verdejantes como a relva, encurvam-se sobre o redemoinho púrpura da água próxima à costa. Como o idealizado minério amalgamado, as pinturas não são sobre o que é de fato, mas sim sobre o que é experimentado. De forma completa e evidente estas costas cercadas de rochas são imagens feitas após um longo e intenso verão em Algarve, atribuído às suas formas básicas, bem como assentados em uma economia não aparente em um primeiro momento.

 

 

Velas - 1972
Óleo sobre tela - 97 x 195cm

Exposição na Alwin Gallery
Londres, fevereiro 1973

 
Trecho extraído de crítica escrita por Mario Barata   publicado no Jornal do Commercio
 
As novas paisagens, esboçadas na Bahia, mas aqui realizadas, criavam sentimento de equilíbrio e tranqüilidade em suas grandes horizontais e seu tons austeros tão bem resolvidos, com fartura e harmonia.
 

 

Samba - 1975
Óleo sobre tela - 50 x 73cm

Exposição na Stephen Maltz Gallery - Londres, 1977

Dança da primavera - 1976   Óleo sobre tela - 200 x 300cm
Políptico em cinco faces, cada um com 200cmx60cm

Exposição na Stephen Maltz Gallery   Londres, 1977

Trecho extraído de "UMA CRÔNICA CRÍTICA SOBRE A PINTURA DE NOÊMIA GUERRA"
George S. Whittet - 1987
Após um vernissage de muito sucesso na Stephen Maltz Gallery (Cork st. 22. Londres) em 1977, escrevi: “encontrei as pinturas de Noêmia Guerra ainda mais fortes e dinâmicas, na figuração e energia empregadas. Sua característica principal é a exuberância, com um domínio sobre uma das mais elementares expressões da força vital de qualquer sociedade: a dança. A dança favorita de Noêmia é a de seu Brasil natal: o samba. Ela pinta os dançarinos e dançarinas, expressando a sensualidade destes, de maneira que a qualidade táctil de sua pintura passa pela textura e pela orientação de seus traços. Em algumas composições, o pincel parece acompanhar as formas e acariciar os pigmentos, em uma coreografia manifestamente sexual. O tom dominante é o vermelho, o das rosas, dos pores do sol, dos frutos maduros, do vinho, do sangue, símbolos de nosso mundo atual de violência, mas mantido sob controle pela expressão de uma alegria comum, sintetizada pela música do samba, reflexo da alma do povo brasileiro”.
Trecho extraído da crítica de Cottie Burland - The Arts Review - 4 maio 1977

A qualidade da dança nos quadros figurativos é vigorosamente marcante. As figuras participam de um bailado, em que muitos movimentos são combinados instantaneamente e o instante é o momento em que o espectador contempla a cena e compreende a sua significação. Não se trata de uma arte literária. Não é preciso parar e meditar, porque seu impacto vai mais fundo do que a mera cogitação. É pintura que sai do coração. Se o coração canta nas cores cálidas, tanto melhor para o espectador e tanto mais feliz é o artista.


Retratos
" No ano de 1981, em nova exposição na galeria de Marcel Dernhim. Nos retratos, Noêmia Guerra deu um passo importante em relação aos últimos dois anos, alcançando uma simplicidade notável. Conhecendo pessoalmente alguns de seus modelos e a afinidade entre eles e a pintora, admirei a honestidade com a qual os mostrava ”em duas dimensões”, em um resumo generoso, audacioso e descompromissado. "
George S.Whittet
 

Bénédicte au chapeau noir - 1978
Óleo sobre tela - 116 x 89cm.

Julian - 1981
Óleo sobre tela - 116 x 89cm.

 

Rodrigo au dragon - 1989
Óleo sobre tela - 116 x 89cm.
 

Eduardo Tabajara Ricciardi - 1989
Óleo sobre tela - 100 x 81cm.


Elizabeth Ruiz - 1992
Óleo sobre tela - 178 x 146cm
 
 
 

Liliane Schnitzler - 1996
Óleo sobre tela - 120 x 81cm.


 
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