Trecho extraído da crítica de Cottie Burland em “Arts Review”, Londres, 29 de maio de 1965.


O mais variado uso das cores na obra de Noêmia Guerra , combina-se com o mais ativo movimento. Ela tem a habilidade de sugerir o movimento da tela em direção ao espectador. Alguns de seus trabalhos fazem-me lembrar da montanha e da floresta, talvez de seu Brasil natal, o qual não se esmaeceu em razão de sua residência em Paris, aonde todos os trabalhos expostos foram pintados.

 

Noêmia Guerra
Cottie Burland - The Arts Review - 4 maio 1977
 

Ritmo e cor; calor e emoção do folclore brasileiro mesclam-se com ramos de flores e árvores em flor de primavera européia. Aliam-se em uma unidade de expressão da personalidade da artista, porque ela precisa fazer afirmações pessoais sobre a vida. A qualidade da dança nos quadros figurativos é vigorosamente marcante. As figuras participam de um bailado, em que muitos movimentos são combinados instantaneamente e o instante é o momento em que o espectador contempla a cena e compreende a sua significação. Não se trata de uma arte literária. Não é preciso parar e meditar, porque seu impacto vai mais fundo do que a mera cogitação. É pintura que sai do coração. Se o coração canta nas cores cálidas, tanto melhor para o espectador e tanto mais feliz é o artista.

A apresentação na Galeria Stephen Maltz é excelente; os quadros estão bem espaçados e pode-se apreciar cada um com liberdade. O efeito global é o de liberdade de ser feliz. Talvez algumas danças sejam inspiradas em temas severos, mas o dançarinos atuam como se eles fossem o próprio tema. Vida, amor, esperança são a chave.

A exposição parece destinada a sucesso.

 

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