Trecho extraído da crítica de Richard Walker, publicada em “Arts Review”, Londres, 25 de outubro de 1969
Exposição na Alwin Gallery - Londres, novembro 1969
 

Nestas paisagens e marinhas de seu Brasil natal, Noêmia Guerra expressa, desde sua exposição na Alwin Gallery no último ano, mais extensos aspectos de sua habilidade criativa. Sua obra presente tem incluído um ritmo, uma força, e uma confiança, as quais vão além das interpretações impressionistas instantâneas e prévias do tema em questão, para penetrar na imutável realidade subliminar. Isto, o resultado da contínua jornada da artista em sua própria psique, concede ao seu trabalho nova penetração.

 
Trecho extraído da crítica de Richard Walker, publicada em “Arts Review”, Londres, 10 de fevereiro de 1973
Exposição na Alwin Gallery, London,  fevereiro de 1973.
 

Ígneas, vermelhas e douradas rochas, como se minério derretido tivesse surgido cintilante em sua superfície, dunas em forma de taça, verdejantes como a relva, encurvam-se sobre o redemoinho púrpura da água próxima à costa. Como o idealizado minério amalgamado, as pinturas não são sobre o que é de fato, mas sim sobre o que é experimentado. De forma completa e evidente estas costas cercadas de rochas são imagens feitas após um longo e intenso verão em Algarve, atribuído às suas formas básicas, bem como assentados em uma economia não aparente em um primeiro momento.

 
Noêmia Guerra – Maltz Gallery
Richard Walker - Arts Review 29 April 1977
 

Noêmia Guerra é uma pintora brasileira e a sua atual exposição é um exercício flamejante e “straccato”  de corpos dançando iluminados por uma luz difusa vermelho-alaranjado que os atravessa e penetra, de maneira que mais do que figuras individuais e isoladas, representam idéias de vitalidade frenética, que, inevitavelmente e talvez erroneamente são associadas ao famoso carnaval do Rio de Janeiro. Entretanto, mantêm à distância qualquer referência específica, o que talvez seja o seu ponto vulnerável quanto a conteúdo, embora simplesmente como experiências visuais os quadros sejam vivos e vigorosos. Não denotam nada de melancolia que é geralmente associada à cultura luso-brasileira.

A paleta de Noêmia Guerra está mais restrita do que antes, quando uma das mais marcantes qualidades de suas paisagens semi-abstratas era a dramática e poética orquestração de uma grande gama de cores. A presente exposição é ao mesmo tempo uma afirmação mais explícita e menos específica do que a sua obra anterior.

 
 

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